A razão que fez o Flash voltar no tempo para salvar a mãe, em vez de impedir as guerras mundias , é a mesma que te faz acordar todos os dias para trabalhar.


Essa semana passou na tv a cabo o filme "Flashpoint", a versão animada e melhorada da saga da Dc Comics que deu origem a horrenda leva das 52 revistas da editora (mas isso é outra história).

A animação é muito boa e tem pontos interessantes. Dentre estes pontos, um em especial me chamou a atenção: em certo momento, já próximo do final do filme, o Flash Reverso diz para o Flash que aquilo tudo era culpa dele, pois o herói voltou no tempo e impediu a morte da mãe. Em seguida, o vilão questiona a razão do Barry Allen, com todo aquele poder... não ter voltado no tempo e deixado Hitler na Escola de Artes, ou mesmo por que o Corredor Escarlate não salvou o presidente Kennedy? 

Foi uma frase rápida, porém, se você prestar atenção e começar a refletir sobre... tende a fazer o mesmo questionamento.




De fato, na infância, Hitler tentou por duas vezes ingressar em Escolas de Arte, mas foi reprovado nas duas tentativas. Se o Barry Allen regressasse no tempo e fizesse com que o ditador conquistasse alguma das candidaturas, poderia inviabilizar a chegada de Hitler ao poder e impediria a segunda guerra mundial. Salvando milhares de vidas consequentemente.

Outro importante fato que o Barry poderia intervir era o ataque dos Japoneses a Pearl Harbor. Impedindo assim os acontecimentos subsequentes, inclusive o lançamento das bombas atômicas. Uma verdadeira mancha na história da humanidade.

Além da possibilidade de salvar figuras importantes da nossa história como Martin L. King, Presidente Kennedy, entre outros. Evitando assim qualquer tipo de guerra civil, guerra santa ou guerra de espionagem.

Mas, por que Barry decide voltar no tempo somente para salvar a sua mãe, em vez de salvar milhares de vidas?


 


Alguns podem pensar: "ah, mas isso é uma animação / hq, não dá para levar a sério". 

Ok, é uma obra de fantasia, mas acho que a reflexão é válida: "Se tivéssemos o poder de mudar a história, será que mudaríamos pensando num todo ou pensando individualmente?"

A resposta é simples meus amigos: a atitude do Barry Allen reflete muito as atitudes dos seres humanos. O cara tem poderes quase divinos e a escolha dele sempre será baseada numa decisão egoísta. E não é que faça por mal, é simplesmente por natureza. Com o poder de salvar uma pessoa ou milhares, a decisão sempre penderá para o lado do sentimento próprio. Mesmo que a pessoa escolhida não seja o mais puro ou de maior índole entre os homens, mas é o ser que te faz sentir-se bem, que lhe traz paz interior e que faz o seu lado egoísta dizer que aquilo é a coisa certa.





O motivo que faz o Barry voltar no tempo somente para salvar a mãe, é o mesmo que nos faz acordar todos os dias para trabalhar. No final das contas, o que queremos mesmo é a paz de espírito e acreditar que estamos fazendo a coisa certa... ainda que todas as evidências digam o contrário.

Somos seres humanos e nossos pensamentos são individualistas: “se é aquilo que me faz bem e me traz uma felicidade, ainda que momentânea, então é isso que devo fazer. Mesmo que este emprego seja o pior que exista, ou mesmo que a empresa esteja escancaradamente prejudicando terceiros. Se me traz tranquilidade, então é a coisa certa!"


 

O Barry não voltou no tempo para salvar a mãe porque ela é a melhor dos seres humanos. O resgate da mãe significou o resgate do próprio herói; trouxe a paz de espírito que ele tanto almejava, fez com que a sua vontade egoísta parecesse a coisa mais sensata de se fazer por alguém com tamanho poder.

Assim como o Flash, somos nós, seres humanos. Com um poder divino de voltar no tempo, colocaríamos em primeiro lugar nossos desejos pessoais. E o salvamento da mãe do Barry para outras pessoas, poderia ser o resultado de uma mega sena, uma pepita de ouro, presidência de uma nação, etc. 

Não há textão do facebook que possa ir contra isso: o ser humano é egoísta por natureza. No final das contas, mudar a história de muitos sempre ficaria em segundo plano diante da nossa vontade individual. A atitude do Barry Allen só reflete o que nós somos, simples humanos.

Até a próxima

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