Star Wars VIII: Uma feminazi roubou meu filminho



Saiu o último blockbuster do ano e é hora de xingar uns fanboys reaças de lixo humano e analisar o filme.



Depois de um filme que dividiu opiniões, a trilogia que mostra o que aconteceu depois de O Retorno de Jedi e da queda do império teve sua continuação. A primeira coisa que me chamou a atenção foi a repercussão inicial das internets dizendo que o filme teria estragado a franquia. Petições , fraudes no Rotten Tomatoes e memes do Mark Hammil putaço a parte, fui assistir me perguntando se seria outro estouro de absorvente por causa da "agenda liberal feminazi da Disney", acusação feita tanto ao Episódio 7 quanto a Rogue One.



Parêntese: por ter ido em cima da hora pro cinema perdi os primeiros minutos do filme. Só descobri ouvindo podcasts que a história começa logo depois do primeiro.

Sobre  a reclamação do Hammil, achei meio sem propósito. Por mais que seja surpreendente o rumo dado ao personagem, achei totalmente coerente o cara ficar bolado por ter falhado como mestre e perdido o sobrinho pro lado das trevas. Seria bem mais estranho ele estar de boas depois de tudo o que aconteceu. Fora que o feito do holograma da Força talvez seja um dos feitos mais espetaculares feitos por um jedi nos filmes, apesar das reclamações de que ele estaria representado fraco no filme. Sobre o leite de teta e outras bizarrices, deu uma vibe meio Yoda. Sobre a morte, apesar de achar anti-climática pra cacete, além de desperdiçada após a morte da Carie Fisher, não deixa de ser um paralelo às mortes de Yoda e Obi Wan, que também foram bem do nada. Fora que pra quem conhece os RPG's sabe que tanto no original D6 quanto no D20 os poderes da Força tiravam pontos de vida, então faz sentido um poder mirabolante matar o jedi após o uso. E o diálogo dele com Yoda também é algo que eu não esperava e que gostei, sobretudo por ser o boneco de borracha e não o CG lamentável.


Os problemas que eu vi no filme são outros. Primeiro os plots do Poe e Finn que não levam a nada. Toda a parada da batalha, do motim, do cassino e de desligar o rastreador no final não valem de nada, parecendo só uma tentativa forçada de emular os episódios 2 e 3 e seus núcleos separados. Fora que esses plots trazem personagens dispensáveis que tem tempo de tela pra caramba que poderia ser usado pra desenvolver ambos: Rose, Benicio del Toro (não gravei o nome por causa da gagueira e da irrelevância do personagem) e a almirante "Leia genérica.". A única coisa que vale é a luta do Finn com a Phasma, apesar de não fazer sentido ela estar viva a não ser atender a reclamação da internet.



O treinamento da Rey achei ok, afinal a rapidez é algo que o acampamento Jedi do tio Yoda já havia nos mostrado. Me incomodou mais o (previsível) flerte dela com o chiliquenta. O grupo de whatsapp da Força administrado pelo Snoke também não me incomodou, embora tenha me enganado fazendo durante o filme que eu achasse mais ainda que a Rey era irmã ou parente do Kylo Ren.


Kylo Ren se manteve um ponto negativo. Permanece poderoso, mas pelos chiliques permanece um personagem merda, pouco mais que uma versão piorada do Anakin. Mesmo a oportunidade de virar fodão matando a traição o Snoke e virando o mestre das capirotagens é desperdiçada quando ele leva o fora da Rey e mais ainda quando ele fica pistola na "luta" com o Luke. Por sinal, a galera que ficou puta com a morte do Snoke certamente não deve saber que era normal os Sith matarem os mestres, o que justamente levou a máxima de ter só um discípulo por vez.



Leia provavelmente é o melhor personagem do filme, tanto que nem parece que aparece pouco. O único ponto que me incomodou foi o segredinho sobre a ida pra uma base rebelde abandonada, que só acrescenta o já citado plot escroto do motim do Poe Dameron.A meu ver merecia uma refilmagem encerrando a trajetória da personagem por conta do falecimento de Carrie Fisher, pois qualquer coisa que façam agora vai ficar escroto. A cena dela levitando pra se salvar do espaço me surpreendeu positivamente, afinal é um questionamento antigo o porquê dela ser a única Skywalker que nunca demonstrou domínio da Força. A despedida dela e de Luke se torna poética considerando o falecimento da atriz. Ninguém nunca se vai realmente.



Senti falta de mais Chewbacca, C3PO e R2D2 no filme. Até o BB8 aparece pouco, já que inventaram outro bicho pra vender brinquedos. Talvez no próximo. Tomara que eles matem alguém sem remorso na frente.


É um filme com problemas, mas que peca mais por ser mais do mesmo do que realmente por suas falhas.
Nota: 7,5.

E não devemos esquecer a única morte que de fato importa e que foi uma perda desnecessária à franquia.



guest author area 51  Richard Christian - Prof. Pinto
Ativista anti-racismo muito conhecido no grupo de quadrinhos da deep web. É capaz de citar referências de cultura afro-pop fazendo analogias com mitologia egípcia e funk. É um dos poucos papais do grupo. .  /