Conto: Na Floresta Escura - Capítulo 3

 Capítulo 3 - Perseguição  

 -Se desanimarem, será seu fim, homens! - gritava Vaughan enquanto o grupo se embrenhava entre as árvores.

-Já viu algo assim antes, Vaughan? Essa besta tem mais que o dobro do nosso tamanho e está furiosa. -disse Wallace.
Vaughan pensou enquanto corria. - Não podemos enfrentá-lo de frente, mas podemos distraí-lo e acertar vários pontos ao mesmo tempo. 
-Não dá pra fazermos isso nesa correria, droga! -falou Ariosto, tropeçando e se esforçando pra manter a mesma velocidade que seus colegas.
-Corram pelas laterais, escondidos entre as árvores. Vou distraí-lo e vocês o acertam nos flancos. Vão!
Os homens se afastaram de Vaughan. Ariosto e Lamar foram pela esquerda, enquanto Lamar corria ela direita. Entre as árvores e a ausência de luz, poderiam continuar correndo e se manterem escondidos. Vaughan estava no meio deles, bem na direção do monstro. Passou a correr mais lentamente. A criatura era visível. Ao virar a cabeça bem rapidamente, somente para ver a distância que se mantinha dele, pode ver seu rosto. Era asqueroso, com olhos pequenos e negros e sua boca grande, com dentes como serra. Seu nariz era achatado, parecendo apenas dois buracos e mais nada. Era possivel sentir seu ódio somente no olhar.
Vaughan não teve dúvidas. Era este o momento de atacar.
-Agoraaaaa! -gritou para seus companheiros. 
Eles desviaram de sua rota momentânea e foram em direção ao monstro. Suas espadas ainda tinham o sangue esverdeado escuro daqueles que eles haviam decepado as mãos há pouco. Wallace se aproximou e, sem dó, empurrou sua espada na barriga do do monstro, de baixo pra cima, indo em direção as costelas. O monstro gritou e arremessou o jovem guerreiro ao acertá-lo com seu pesado braço. Não parecia querer parar de correr. Se mantinha firme na caça. Ariosto e Lamar também cravaram suas espadas na criatura. Ariosto na coxa, enquanto Lamar cuidava do outro lado da barriga.  A espada de Lamar, com 2 metros, havia ido tão fundo que o monstro passou a cospir sangue. Finalmente começava a dar sinais de fraqueza. Vaughan se aproveitou disso e correu ainda mais. Decidiu não desviar de mais uma árvore que vinha em sua direção. Quando se aproximou dela, usou seu pé no tronco para ganhar alguma altura e voar por alguns instantes. Novamente seu corpo girava. Gritou tão alto que sua voz poderia ser ouvida a muitos metros dali. Seu grito era a voz da sua vingança. O que mais poderia ter destruído a carruagem do rei senão esta criatura? Quando ficou próximo à sua cabeça, sua espada ganhou força para perfurá-la e ressurgir do outro lado. O monstro caiu. Seu corpo pesado bateu na árvore-degrau de Vaughan, fazendo-a tremer, e foi ao chão. O guerreiro puxou sua espada da cabeça daquele ser.
Wallace, que havia sido arremessado, chegou para contemplar a cena. Lamar limpou sua espada e disse: Precisamos sair daqui. Eles podem querer vir atrás do monstro. -andou um pouco.
-E pra onde iremos? Tem alguma noção de onde estamos? -esbravejou Ariosto. 
-Logo vamos ter sede e fome. Precisamos encontrar algo para nos abastecer. -disse Wallace, olhando ao redor e querendo encontrar algo.
-Tenho comida e um pouco de água, mas é pouco. Precisamos sair daqui. -falou Vaughan. 
Foram interrompidos por Lamar, já um pouco distante: -Posso ouvir algo. Parece água! Um rio talvez!
Vaughan ficou em silêncio. Olhou para seus amigos. Tornou a falar: -Se essas criaturas vivem na floresta, o mais provável e que vivam perto do rio. Vamos seguí-lo àcima. Lá poderemos encontrar nosso rei. 
-Vaughan, e como vamos sair deste lugar? Esta floresta pode ter quilômetros e ainda muitos monstros mais terríveis que esse que acabamos de derrubar! - disse Ariosto.
Vaughan novamente ficou em silêncio por alguns instantes. 
-Se os encontrarmos, vamos resgatar o rei e obrigar um deles a nos mostrar a saída. -falou Vaughan. 
Olharam-se entre si. Havia medo, mas também havia bravura. Assim, tomaram o caminho do rio. Os quatro bravos seguiam ao resgate do seu rei e de suas próprias vidas.

Continua...