Os Novos Novíssimos Mutunas



Certo, em primeiro lugar eu quero saber: O QUE EU PERDI? Eu lembro perfeitamente de estar acompanhando All New X-Men (nos scans e no impresso) e de repente BUM! Sumiu! Os intervalos entre as edições ficaram maiores depois da Batalha do Átomo e eu fiquei perdido. Imagino que algo que aconteceu em outra revista afetou a revista que eu estava acompanhando, um mal recorrente na Marvel e na DC. Aí encontro essa revista, All New X-Men de 2016. "Uau, parece que voltou!" Ela é o que me deu a suspeita citada acima: aconteceu algo, em algum outro lugar do Universo Marvel, que eu perdi e que fodeu a revista que eu estava lendo, felizão. Eu sempre reclamei disso, saca? Você começa a ler uma revista e de repente "Continua na revista que você não lê" Certo, não vem ao caso, deixa isso pra lá.

A excelente fase que trouxe os X-Men originais
para um mundo mais conturbado que o deles
Para quem não se lembra, coisa que acho difícil se você é leitor regular do HQFan e de outros sites sobre Quadrinhos, All New X-Men trouxe os X-Men originais para o presente, colocando-os em um contexto atual. Após o rompimento entre Ciclope e Wolverine e após Vingadores VS X-Men, o mundo mutante deu uma pirada. Ciclope se tornou um líder mutante mundialmente conhecido, com uma mentalidade muito diferente do herói que conheceíamos, puxando muito mais parada um novo Magneto, que inclusive faz parte da equipe de Scott Summers. Ele estava buscando um caminho que considerava justo, mas que acabava no velho discurso de Erick Lensher sobre o inevitável conflito entre humanos e mutantes. Ciclope estava agindo por motivos errados, ele foi o responsável, de certa forma, pela morte de Charles Xavier. Estava com o capeta no corpo, ou melhor, a Fênix, mas isso mudou a cabeça dele depois que a entidade foi embora. Hank McCoy/Fera teve uma ideia: trazer do passado o grupo original, para que o Ciclope do presente veja o Ciclope do passado e pergunte a si mesmo no que se tornou. Ele traz o grupo, que fica chocado com o futuro que vê, com as coisas que aconteceram as suas versões adultas e com o que eles mesmos causaram ao mundo. Muitos conflitos aconteceram nessa fase sensacional, extremamente divertida e, sem dúvidas, o ponto ideal para qualquer novo leitor interessado nas histórias dos mutantes pelos próximos 5 anos, o tempo médio em que as grandes mudanças nos comics acontecem. Inclusive, há um encadernado nas bancas e livrarias com o início dessa fase que vale muito a pena ser adquirido.

A nova equipe, mesclando mutantes do passado e mutantes do presente
As aventuras dos X-Men do passado no presente seguem mais ou menos de onde pararam na revista em sua fase anterior. O grupo está se organizando, separados dos X-Men principais (no caso, a equipe
liderada por Tempestade, na Escola Xavier, não a equipe liderada por Fera, na Escola Jean Grey). Alguns dilemas interessantes estão presentes, como o peso sobre os ombros do jovem Scott Summers pelo que seu eu adulto se tornou, digno dos maiores super-vilões. Ele está afastado do grupo, pois tudo o que ele é lembra Ciclope, afinal, ele É o Ciclope. Há também algo que faz o Homem de Gelo do passado evitar o Fera do passado, respondendo a tudo com piadas e evitando contato mais direto (lembrando que esse Homem de Gelo se revelou homossexual, ao contrário do Homem de Gelo do presente). Jean Grey não dá as caras, pelo menos por enquanto, fazendo parte da equipe principal de X-Men (a da Tempestade). Outro ponto forte é o humor. Cara, essa sempre (ou quase sempre) foi uma característica marcante dos X-Men,seja lá em que revista for. Acho que esse é um dos pontos que mais me atrai nas histórias deles, no meio de um conflito entre demônios e mutantes (ver Extraordinários X-Men #03), sai uma outra piadinha e dou uma boa risada antes de continuar a leitura, nada que transforme a revista em uma publicação humorística. Frases, referências, situações... o humor mutante é bom, cara! A trama ainda está um pouco fraca, com o grupo lidando apenas com ecos das ações do Ciclope revolucionário-vilãozão-da-porra, mas a revista segue muito divertida e com aquela vibe de início de seriado, com um arco de menor importância para desenvolver os personagens. Aliás, para um cara que sempre foi meio bucha nos comics, até que Scott Summers deu uma boa sacudida no universo mutuna recentemente.

Este é mais um bom ponto para o leitor novato começar a ler. Algumas coisas podem deixar tudo
confuso de início, mas o poder de dedução (como o meu) logo resolve tudo e a leitura flui divertida. É altamente aconselhável que, antes de ler a fase atual de All New X-Men, você leia a fase anterior para que as coisas fiquem mais claras na sua cabeça. Mas na boa, quase todas as fases recentes deles vem como consequência de alguma coisa que aconteceu antes. O que realmente conta é o que todas as séries mutantes tem em comum quando uma nova fase se inicia: a sensação de que algo novo naquele universo está começando, com o mundo cada dia mais complicado para o Homo Superior.

Não vou me alongar muito mais, mas All New X-Men tem sido há algum tempo a revista que mais acompanho (sim, mais que o Bátema). Estou acompanhando também Extraordinários X-Men (à esquerda). São boas pedidas. All New X-Men está na edição 3 na gringa.