A Wonder Woman não é mais embaixadora da ONU. O quão contraditório isto é?


Recentemente a personagem da Dc Comics foi nomeada Embaixadora Honorária da ONU para o Empoderamento de Mulheres e Meninas. Uma "Maravilha." Agora, pouco tempo depois da decisão, a mesma ONU tirou a personagem do "cargo." Isto ocorreu depois de várias críticas e petições online reclamando sobre a escolha da personagem. O quão contraditório isto pode ser?


 

Vejamos, ignorando o fato de que a Mulher Maravilha é uma personagem fictícia e jamais será e nem deve parecer com qualquer ser humano, este é mais um caso em que a coerência passa longe. Sempre que vejo uma situação em que decisões são tomadas por PETIÇÕES ONLINE, fico me perguntando o que fazem estas pessoas que criam e votam em tais ferramentas?! E, o mais importante: o que leva uma Instituição à decidir algo em cima da revolta de alguns, sem ao menos entender de fato o desejo destes? Não há mais um meio termo. Apenas uma verdade que pode ser mudada sem prévio aviso e sem nenhuma explicação lógica. A lógica se encontra dentro de uma PETIÇÃO ONLINE.

Não quero ser interpretado de maneira errônea: Mudanças de direção podem e devem acontecer. Só que, tudo em cima de uma fundamentação lógica; dados sérios devem ser buscados; números devem ser confrontados. Algo que mais parece uma birra de criança não pode ser a argumentação plausível para uma tomada de decisão. Ainda que seja sobre o cargo de uma personagem FICTÍCIA (não podemos esquecer deste pequeno detalhe). 

Estamos numa época de extremos, em que uma frase pode tomar proporções inimagináveis. Mas, acredito que isto não se deve ao advento da internet ou redes sociais. Não, isto parece ser uma saída muito fácil. Na minha opinião tudo isso é "mérito" exclusivamente do ser humano. O ser humano que consegue ser o animal mais irracional de todos; aquele que consegue achar discórdia em tudo; que critica até quando o outro está fazendo a coisa certa. A nossa avaliação pessoal talvez seja uma das coisas mais importantes, mas, é com certeza o que menos praticamos. 

Um exemplo que aconteceu recentemente: Alguns dias atrás aconteceu o Festival de Verão Salvador. Uma garota achou um Iphone e postou na internet para que a notícia chegasse até o dono. Ao invés desta atitude receber elogios, tivemos comentários como: "Ah, sendo um Iphone, que pode ser totalmente bloqueado, é fácil fazer isso. Queria ver se fosse um android?" Vejam, até quando a pessoa fazer o certo.  a crítica aparece.

Este caso - para mim - remete bastante ao da Mulher Maravilha: 

- Temos que ter uma personagem feminina representando as mulheres.

Notícia: Mulher Maravilha é escolhida Embaixadora Honorária da ONU para o Empoderamento de Mulheres e Meninas.

- Aeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee.

Segundos depois:

- Tirem esta mulher daí. Ela não representa as mulheres

É difícil realmente entender o desejo de algumas pessoas. Não que isso seja uma novidade... seres humanos bipolares existem em demasia. A questão é quando opiniões assim são elevadas à patamares de verdade da massa ou verdade absoluta. Aí começa a preocupar. 
Enfim, o ideal seria que buscássemos respostas até em nossas contradições. Que a nossa opinião não rotacionasse a cada mudança de humor ou grupinho social que frequentássemos. Hoje pode ser uma decisão sobre uma personagem fictícia...mas, e amanhã!? 

Até a próxima!